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Situação crítica mobiliza autoridades em busca de soluções para a crise hídrica e ambiental

Acomunidade indígena Iquê – pertencente ao polo-base de Vilhena, na divisa de Rondônia com o Mato Grosso – vive uma situação crítica devido à escassez de água e à fumaça proveniente de incêndios florestais na região. Na quarta-feira (25), a equipe técnica do Ministério da Saúde, que integra a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS), junto à Secretaria de Saúde do estado e representantes do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Vilhena, esteve na aldeia para entender as necessidades dos indígenas. A principal causa da falta de água é a seca extrema que acomete o estado.

Com aproximadamente 54 pessoas, a aldeia já perdeu dois poços artesianos, essenciais para o abastecimento local. Diante da falência dos poços, a comunidade adotou uma solução emergencial, captando água de minas, rios e lagos próximos. No entanto, essa medida temporária vem se tornando insustentável devido à prolongada estiagem, que afeta não apenas a aldeia Iquê, mas diversas outras comunidades na região.

Atualmente, a aldeia conta com três caixas d'água com capacidade total de 11 mil litros, porém a principal mina de água que abastece esses reservatórios está secando. "Temos outro córrego como opção, mas ele fica longe da aldeia, o que dificulta o transporte da água, pois falta material adequado, como tubulações, fios e uma bomba específica", explicou o assessor indígena Cândido Tawande.

Além da crise hídrica, os recentes incêndios florestais têm agravado ainda mais a situação. A fumaça densa compromete a visibilidade e altera as condições climáticas na região, afetando diretamente a qualidade de vida dos moradores. As lideranças da comunidade têm buscado apoio para enfrentar a situação, que continua piorando com a falta de infraestrutura e os impactos ambientais causados pelos incêndios.

O cacique Tonhão relata que, apesar das dificuldades com o agravamento da estiagem, todos se mantêm unidos. Pai de 10 filhos e avô de 52 netos, ele menciona que as crianças frequentam a escola próxima à comunidade e os jovens saem para outras cidades em busca de qualificação, retornando para ajudar o grupo.

“Eles têm que trabalhar aqui e ajudar a comunidade. Querem se formar para contribuir. No entanto, alguns alunos não pensam assim; querem sair e não voltam. Isso pode ser ruim no futuro, pois, como indígenas, devem apoiar a comunidade. É assim que vejo”, avalia o cacique.

Ações

Desde julho, as queimadas, a seca e a escassez de água estão sendo monitoradas pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde, por meio da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde, que elabora ações para enfrentar, com rapidez e eficiência, os desafios impostos por eventos climáticos extremos.

Edjalma Borges
Ministério da Saúde

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